quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Bilinguismo, alfabetização e letramento

       Rocha (2010) enfatiza que o bilinguismo proporciona a inclusão do deficiente auditivo nas salas regulares de ensino, pois oferece e tem por objetivo primeiro o reconhecimento e a aceitação social.  De forma que a aquisição da linguagem acontece nos momentos em que nos relacionamos com nosso círculo social. O bilinguismo não privilegia a fala. Esta filosofia tem sido alvo estudos, pois divulga e estimula o uso da língua de sinais, pois esta lhes é natural. A autora apud (GOLDFELD,1997) diz que depois da exposição a língua de sinais é que o surdo consegue desenvolver-se linguisticamente e cognitivamente sem maiores entraves. 
Quadros (1997), explica que esta proposta de ensino pretende expor o indivíduo surdo à duas línguas dentro do contexto escolar, respeitando a Libras estruturando o planejamento escolar sem interferir no desenvolvimento lingüístico e psicossocial do surdo. Então dentro da sala de aula as matérias devem ser explanadas em Libras e o português deve ser enfatizado apenas na escrita, dando espaço para recursos visuais, pois o letramento acontecerá através destes recursos.
Souza at al (1999) explana que a proposta de educação bilíngüe oferece oportunidade ao surdo de ser educado através da língua de sinais. É necessário, conquanto que seja disponibilizado e ensinado a função social da libras, enquanto língua mãe (L1), bem como do português escrito como segunda língua (L2). De forma que esta só pode ser desenvolvida depois que aquela já tenha sido apropriada. A L1 é um meio eficaz de produção de conhecimento, pois facilita a aquisição da L2.

Para tanto o professor bilíngüe deve ter em mente que existem várias diferenças entre a língua de sinais e a língua portuguesa, como exemplo, podemos citar as conjunções e preposições que na língua de sinais não existem, mas que na portuguesa exercem papel importante para a significação e compreensão das frases. Rocha apud (PERRENOUD, 2000) declara que “ensinar é também estimular o desejo de saber”. Desta forma cabe ao professor utilizar meios para que o aluno surdo sinta-se estimulado a sair da zona de conforto e aventurar-se pelo mundo do conhecimento, conteúdo a ser ensinado.

Um comentário:

  1. Obrigada pelo conteúdo Rosane. Cheguei até você pelo YouTube, para compreender o processo de educação do inglês para alunos surdos. Sou estudante de Licenciatura em Letras Inglês e o seu conteúdo ajudou-me muito a concluir uma proposta de avaliação pedagógica. Muito obrigada, o seu trabalho é incrível.

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